Emília Ferreiro e a Construção da Escrita na Criança.
Para Emília Ferreiro, a construção da escrita é um termo construção, que uso para me referir a aquisição da língua escrita, não e muito comum; geralmente se fala em “aprendizagem”. Não é que aprendizagem seja um termo errôneo, porque efetivamente ha um processo de aprendizagem, todavia a historia social dos termos tem impregnado o termo aprendizagem com uma forte conotação empirista que não e a que quero dar-lhe. O termo maturação esta excluído, uma vez que não se trata de um processo puramente maturativo. O termo desenvolvimento tem sido pouco usado na literatura espanhola, ainda que em inglês, hoje em dia, seja bastante corrente ouvir falar de “developmental literacy”.
Para ela, quando falamos de construção da escrita na criança, todavia não estamos falando da emergência mais ou menos espontânea de idéias engenhosas, idéias curiosas, idéias as vezes extraordinárias que as crianças tem – o que em inglês se costuma dizer “wonderful” idéias. E algo mais que isso. Tampouco se trata de que algumas coisas que se constroem e em seguida ha uma espécie de adição linear contudo do que já construído.
Visão Construtivista
Para ela, em uma visão construtivista que interessa e a lógica do erro: trata-se as vezes de idéias que não são erradas em si mesmas, mas aparecem como errôneas porque são sobre generalizadas, sendo pertinentes apenas em alguns casos, ou de idéias que necessitam ser diferenciadas ou coordenadas, ou, as vezes, idéias que geram conflitos, que por sua vez desempenham papel de primeira importância na evolução.
Alguns desses conflitos entendemos muito bem; esperamos entender melhor outros em um futuro não muito distante. Os processos de construção sempre supõem reconstrução: no entanto, o que e que se reconstrói? E precise reconstruir um saber construído em certo domínio para aplicá-lo a outro; ha reconstrução de um saber construído previamente com respeito a um domínio especifico para poder adquirir outros conhecimentos do mesmo domínio que, de algum modo, tem sido registrados sem poder ser compreendidos; também ha reconstrução do conhecimento da língua oral que a criança tem para poder utilizá-lo no domínio da escrita.
Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi foi doutoranda de Jean Piaget. Promoveu a continuidade do trabalho de Piaget sobre epistemologia genética – uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança – estudando um campo que ele não havia explorado: a escrita.
A partir de 1974, na Universidade de Buenos Aires, desenvolveu uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas na sua mais importante obra: Psicogênese da Língua Escrita, publicado em 1979 e escrito em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky. A obra apresenta os processos de aprendizado das crianças, chegando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.
Emília afirma que a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. Neste processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável.
De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:
- pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
- silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
- silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
- alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
A obra mais importante, ela não apresenta nenhum método pedagógico, mas revela os processos de aprendizagem da criança, levando a entender que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.
Construtivismo
A aprendizagem não é provocada pela escola, mas pela própria mente das crianças, elas chegam a seu primeiro dia de aula com conhecimento Psicogênese da Língua Escrita.
Emília Ferreiro tornou-se referência para o ensino brasileiro. Seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, modo em que a criança aprende. Emília chegou à conclusão de que as crianças têm um papel ativo de aprendizagem. Elas constroem seu próprio conhecimento.
A construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, na escola ou fora dela. No processo de aprendizagem a criança passa por etapas com avanços e recuos, até dominar o código linguístico. O tempo para o aluno transpor cada uma das etapas é bem variado.
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